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Um estudo realizado pela consultoria PwC revelou que o número de vagas de emprego que exigem conhecimento em inteligência artificial (IA) quadruplicou entre 2021 e 2024 no Brasil. Já o salário deste tipo de vaga aumentou duas vezes mais rápido do que as posições que não pedem domínio da tecnologia.
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O levantamento também aponta um crescimento na produtividade nos setores expostos à IA, incluindo o agronegócio, atacado e varejo, e uma mudança no perfil dos funcionários.
Aumentou o número de vagas de emprego que exigem IA
O Barômetro Global de Empregos em IA 2025 analisou quase um bilhão de anúncios de emprego nos seis continentes entre 2021 e 2024.
No Brasil especificamente, o número de vagas que exige conhecimento de IA cresceu de 19 mil, em 2021, para 73 mil em 2024 – quase quatro vezes mais. O salário dessas posições também cresceu duas vezes mais rápido do que as áreas que não exigem conhecimento da tecnologia.
Além disso, setores mais expostos à IA tiveram um crescimento três vezes maior na receita por funcionário do que aqueles menos expostos.
O relatório ainda mostra que a mudança é constante, já que vem acontecendo ao longo dos anos, e exige uma mudança no perfil dos profissionais. Segundo Victor Salles, especialista em Inteligência Artificial e tecnologia e sócio da Proteus Academy, o mercado de trabalho está caminhando para um cenário em que habilidades relacionadas à IA não serão mais apenas diferenciais, mas sim requisitos básicos.
Salles vai além: não basta apenas saber usar a IA superficialmente, mas sim aplicá-la no trabalho:
Mais do que saber ‘usar IA’, o profissional desse novo mercado precisa identificar problemas e aplicar as soluções corretas, entendendo claramente o que a tecnologia é capaz ou não de fazer. Esse letramento em inteligência artificial, que exige estudo e prática, será o motor para destravar o potencial produtivo, especialmente em funções de escritório e atividades intensivas em informação.
Victor Salles, especialista em Inteligência Artificial e tecnologia e sócio da Proteus Academy, ao Olhar Digital
A mudança no perfil do profissional também está mudando no que diz respeito à formação. Segundo o estudo, a demanda dos empregadores por diplomas formais está diminuindo para todos os empregos, mas especialmente rápido para empregos expostos à IA.
IA já está ajudando na produtividade
O levantamento divide os empregos em duas categorias: “automatizados”, aqueles que o trabalho contém algumas tarefas que a IA pode realizar, ou “aumentados”, quando a IA pode ajudar um ser humano a fazer seu trabalho melhor.
O número de empregos cresceu em ambas as categorias, mas os aumentados cresceram mais rapidamente. Segundo Camila Cinquetti, sócia responsável pela consultoria de Workforce na PwC Brasil, isso indica que a IA está sendo usada não apenas para reduzir custos, mas também para aumentar a produtividade.
O agronegócio foi um dos destaques no levantamento. No Brasil, as vagas nesse setor tiveram uma alta de 600% em relação às vagas de emprego “aumentadas” e 400% nas vagas “automatizadas”. Os setores de atacado e varejo também registraram aumento: 300% nas vagas “automatizadas”, o que pode ser atribuído à ascensão do comércio eletrônico e dos sistemas de atendimento ao usuário com IA.
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Produtividade também aumentou
- O estudo ainda revelou que, desde 2022 (quando a IA generativa se popularizou), a produtividade quase quadruplicou nos setores mais expostos à IA. O número subiu de 7% (de 2018 a 2022) para 27% (de 2018 a 2024);
- Do lado contrário, setores menos expostos à IA (como mineração e hotelaria) tiveram uma diminuição no crescimento da produtividade de 10% para 9% no mesmo período;
- Salles ainda destaca que a IA muda a dinâmica das empresas e do trabalho, já que, agora, uma tarefa que antes levava dias para ser concluída, possa a levar horas ou minutos – o que pode explicar o aumento na produtividade.
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